Significado econômico e político das privatizações
As
privatizações ocorrem quando uma empresa ou uma instituição estatal - grupos
de investimentos, multinacionais, organizações estratégicas, entre outros - são
vendidos para a esfera privada, quase sempre através de leilões públicos.
Normalmente elas se processam quando estas empresas não estão mais
proporcionando os lucros exigidos para se enfrentar um mercado competitivo ou
quando elas atravessam crises financeiras sérias. Nos anos 90, durante o governo
de Fernando Henrique Cardoso, diversas empresas públicas foram vendidas para o
setor privado - Telesp, Companhia Vale do Rio Doce, Banespa, entre outras. Este
processo tem ocorrido em todas as partes do planeta, pois é uma conseqüência
natural da globalização, processo típico de nossos tempos. Os mecanismos de
privatização modernos são descendentes das teorias econômicas de Adam Smith,
portanto esta doutrina não é algo gerado pelo mundo contemporâneo.
Ao mesmo tempo em que os tradicionalistas defendem a privatização como algo
essencialmente econômico, teóricos como Feigenbaum e Henig vêem esse processo
como um evento inerente mais à esfera política, do que propriamente à economia
e ao campo administrativo. A privatização foi amplamente inserida na práxis pelos
governos Ford, Carter e Reagan, nos EUA, e pela gestão Thatcher na Inglaterra.
O restante da economia mundial sofreu as influências marcantes destas
administrações, que eximiam do âmbito estatal grande parte dos encargos
públicos, transmitindo estas responsabilidades para a esfera privada. Na
América Latina esse processo alcançou o ápice no governo de Augusto Pinochet,
no Chile, em 1973.
Augusto Pinochet governou o Chile com poderes de ditador
entre 1973 e 1990. Depois de liderar o golpe militar que derrubou o governo do
presidente socialista eleito pelo voto direto, Salvador Allende, Pinochet
implementou uma série de medidas neoliberais no Chile. A experiência chilena é
considerada por historiadores e economistas como um "laboratório
neoliberal".
No Brasil, embora alguns grupos nacionalistas ainda protestem e expressem
sua indignação, as privatizações têm seguido um ritmo acelerado. Em grande
parte este avanço se deve ao momento crítico que o Estado atravessa e ao
próprio contexto econômico mundial, no qual só é permitido sobreviver se os
competidores aceitarem as regras do jogo. Assim, a mudança de mãos das empresas
estatais não encontra obstáculos que a detenha.
Desenvolvem-se atualmente vários estudos acerca dos efeitos destas
privatizações maciças sobre a nossa economia, principalmente a respeito do
choque causado por estas transações comerciais no montante dos déficits
públicos, bem como das conseqüências destes impactos sobre a performance da
economia mundial. Estes especialistas também têm chamado a atenção para um
detalhe significativo - a velocidade com que o Estado tem se desfeito de suas
instâncias econômicas, pode futuramente comprometer qualquer ingerência estatal
na esfera da Economia, seja no sentido de definir os limites dos
empreendimentos econômicos, seja na tentativa de tomar atitudes decisivas neste
setor quando for necessário. As privatizações se instalaram definitivamente na
América Latina nos anos 90, estimuladas pela ação do Banco Mundial e do FMI -
Fundo Monetário Internacional -, que seguiram a orientação direta do conhecido
Consenso de Washington, com a justificativa de que elas incrementariam o
crescimento econômico destes países.
(texto originalmente publicado no portal
InfoEscola)
Realize uma pesquisa com seus avos, pais, que vivenciaram este período
de privatizações, relatando suas opiniões:
- Na época foram prós ou contra a venda destas empresas públicas, e
hoje o que observam?
- Na época, participaram de alguma manifestação, plebiscito, etc...
- São favoráveis ou contrários aos processos de privatizações?
- O que observam nos dias atuais - avanços ou retrocessos?
Responda a questão:
1- As privatizações são a única forma de modernização e dinamização do
Estado no mundo globalizado em que vivemos?
- O trabalho poderá ser em dupla e entregue na forma de entrevista,
reportagem e/ou vídeo.
Bom Trabalho!
Onde falta luz na CEEE Reportagem Zero Hora.
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