domingo, 29 de junho de 2014

A Construção do Espaço Geográfico Mundial


        Com o objetivo de fazer com que o aluno compreenda a formação do espaço geográfico mundial, foi abordado em sala de aula o processo de produção e organização da sociedade capitalista no continente europeu e as transformações que tal processo provocaram no mundo em consequência  das Grandes Navegações.
       Será abordado, portanto, a relação entre o desenvolvimento tecnológico e a exploração dos recursos naturais bem como suas consequências para o planeta.
        Para verificar o compreensão do conteúdo abordado, foi solicitado a interpretação de dois poemas e a resolução das atividades, a fim de desenvolverem um posicionamento crítico em relação ao processo de construção do espaço geográfico mundial e as suas características e contradições contemporâneas.

Canto I - Parte I
As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
(...)
Já no largo Oceano navegavam,
As inquietas ondas apartando;
Os ventos brandamente respiravam,
Das naus as velas côncavas inchando;
Da branca escuma os mares se mostravam
(...)
As embarcações eram, na maneira,
Mui veloces, estreitas e compridas:
As velas, com que, vêm, eram de esteira
Dumas folhas de palma, bem tecidas; 
(...)
CAMÕES, Luis Vaz de. Os Lusíadas. Cotia: Ateliê, 2000.


O Homem,as viagens

O homem, bicho da Terra tão pequeno
Chateia-se na terra
Lugar de muita miséria e pouca diversão,
Faz um foguete,uma cápsula,um módulo
Toca para a Lua
Desce cauteloso na Lua
Pisa na Lua
Planta bandeirola na Lua
Experimenta a Lua
Coloniza a Lua
Humaniza a Lua.

Lua humanizada: tão igual à Terra
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte – ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
Pisa em Marte
Experimenta/ Coloniza/ Civiliza
Humaniza Marte com engenho e arte.

Marte humanizado,que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro – diz o engenho
Sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
Vê o visto- é isto?
Idem/ idem/ idem.
O homem funde a cuca se não Júpiter
Proclamar justiça junto com injustiça
Repetir a fossa repetir o inquieto repertório.

Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra – a terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
Só para te ver?
Não vê que ele inventa
Roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
Mas que chato é o Sol, falso touro
Espanhol domado.

Restam outros sistemas fora
Do solar a colonizar.
Ao acabarem todos
Só resta ao homem
(estará equipado?)
A dificílima dangerosíssima viagem
De si a si mesmo

Por o pé no chão
Do seu coração
Experimentar/ Colonizar/ Civilizar/ Humanizar/ O homem
Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
A perene, insuspeitada alegria
De con-viver.

ANDRADE,  Carlos Drumond de. As Impurezas do Branco. Rio de Janeiro. José Olympio,1973.

Após a interpretação dos poemas acima, foi solicitado aos alunos a elaboração de um painel (por grupo) comparativo com imagens que ilustram cada momento histórico da produção do espaço geográfico mundial.








Fonte: BIGOTTO, José Francisco. Geografia: sociedade e cotidiano 3 - espaço mundial. Páginas 7-21.
1ª edição. São Paulo: Escala Educacional, 2010. 

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