quinta-feira, 19 de julho de 2012

Analfabetismo Funcional



Instituto Paulo Montenegro e Ação Educativa mostram evolução do alfabetismo funcional na última década.

O percentual da população alfabetizada funcionalmente foi de 61% em 2001 para 73% em 2011, mas apenas um em cada 4 brasileiros domina plenamente as habilidades de leitura, escrita e matemática.

O Instituto Paulo Montenegro e a ONG Ação Educativa, parceiros na criação e implementação do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), lançam mais uma edição da pesquisa que completa uma década. Os resultados mostram que durante os últimos 10 anos houve uma redução do analfabetismo absoluto e da alfabetização rudimentar e um incremento do nível básico de habilidades de leitura, escrita e matemática. No entanto, a proporção dos que atingem um nível pleno de habilidades manteve-se praticamente inalterada, em torno de 25%.


Tabela I
Evolução do Indicador de Alfabetismo Funcional
População de 15 a 64 anos (em %)      

 2001-2002
2002-2003 
2003-2004 
2004-2005 
2007 
2009 
 2011-2012
Analfabeto
 12
13
12
11
9
7
 6
Rudimentar
 27
26
26
26
25
21
 21
Básico
 34
36
37
38
38
47
 47
Pleno
 26
25
25
26
28
25
 26
Analfabetos funcionais  (Analfabeto e Rudimentar)
 39
39 
38 
37 
34 
27 
 27
Alfabetizados funcionalmente  (Básico e Pleno)
 61
 61
 62
 63
 66
 73
 73
 base
2002
2002
2002 
2002 
2002 
2002 
2002 

Fonte: INAF BRASIL 2001 a 2011
Obs.: Os resultados até 2005 são apresentados por meio de médias móveis de dois em dois anos de modo a possibilitar a comparabilidade com as edições realizadas nos anos seguintes.

Esses resultados evidenciam que o Brasil já avançou, principalmente nos níveis iniciais do alfabetismo, mas não conseguiu progressos visíveis no alcance do pleno domínio de habilidades que são hoje condição imprescindível para a inserção plena na sociedade letrada. Segundo Ana Lúcia Lima, diretora executiva do Instituto Paulo Montenegro boa parte destes avanços é devida à universalização do acesso à escola e do aumento do número de anos de estudo.
Apenas 1 a cada 4 brasileiros são classificados como plenamente alfabetizados, ou seja, são capaz de ler, compreender e interpretar textos longos e de realizar outras tarefas que exigem domínio de leitura e escrita.
O conceito de alfabetismo funcional inclui quatro graus: analfabeto, rudimentar, básico e pleno. Conforme a Inaf, 26% dos brasileiros são plenamente alfabetizados, enquanto a maioria (47%) fica no nível básico e 27% são considerados analfabetos funcionais.
            Outros dados da pesquisa mostram que o problema, longe de se limitar às capacidades elementares, perpassa por toda a pirâmide educacional. Por exemplo, apenas 35% dos brasileiros que concluem o Ensino Médio e 62% dos que têm formação de nível superior podem ser considerados plenamente alfabetizados.
Estes números condenam o sistema educacional brasileiro. Reverter estes números deverá ser prioridade para todas as esferas de governo, pelo ensino de qualidade em nosso país.

O termo “alfabetismo funcional” merece esclarecimento: Surgida nos Estados Unidos no início do século passado, essa noção foi inicialmente utilizada para medir a capacidade de conscritos de compreender instruções escritas durante a II Guerra Mundial . Na França adotam o conceito de “letramento” para designar indivíduos que, apesar de terem tido acesso à educação, não executam as habilidades aprendidas de leitura e escrita em seu cotidiana. A adoção do conceito pelas Nações Unidas, no pós guerra, fez com que fosse aplicado a países onde, diferentemente das realidades americanas e francesas, a educação era privilégio de poucos.
Fonte: http://www.ipm.org.br/ipmb_pagina.php?mpg=4.03.00.00.00&ver=por&ver=por

Os quatro níveis de alfabetização identificados pelo Inaf 2011-2012:

Analfabetos: não conseguem realizar nem mesmo tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases ainda que uma parcela destes consiga ler números familiares.

Alfabetizados em nível rudimentar: localizam uma informação explícita em textos curtos, leem e escrevem números usuais e realizam operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias.

Alfabetizados em nível básico: leem e compreendem textos de média extensão, localizam informações mesmo com pequenas inferências, leem números na casa dos milhões, resolvem problemas envolvendo uma sequência simples de operações e têm noção de proporcionalidade.

Alfabetizados em nível pleno: leem textos mais longos, analisam e relacionam suas partes, comparam e avaliam informações, distinguem fato de opinião, realizam inferências e sínteses. Resolvem problemas que exigem maior planejamento e controle, envolvendo percentuais, proporções e cálculo de área, além de interpretar tabelas, mapas e gráficos.

Taxa de analfabetismo funcional: 


                            Fonte: Nova Escola
                            Fonte: Nova Escola
jestudante.blogspot.com - Charges da educação brasileira



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