sábado, 23 de fevereiro de 2013

Volta as aulas sustentável


 http://artesanatobrasil.net/reciclando-embalagens-de-plastico-vazias/
    
      Uma maneira de começar um ano melhor e mais verde é investir na educação ambiental das crianças, que pode ter início dentro de casa. Com a volta às aulas, uma alternativa é optar por materiais escolares que sejam fabricados de maneira a reduzir ao máximo o impacto que esses produtos causam no meio ambiente.
     Primeiramente é de fundamental importância que se aproveite o maior número de itens do ano anterior. Portanto, mochilas e uniformes que estiverem em bom estado podem ser reaproveitados. Se não for possível aproveitar inteiramente os cadernos antigos a dica é arrancar as folhas não usadas que poderão ser reaproveitadas como rascunho ou bloquinhos de anotação. Outra opção consiste em desmontar diversos cadernos usados e juntá-los em um caderno só, assim as folhas novas que sobraram de cada um deles, podem ser reaproveitadas como um caderno novo, utilizando a capa de um desses cadernos desmontados. 
     Se a capa for um problema, uma dica é fazer recortes de revistas velhas, com temas e palavras do gosto da criança e colar sobre a capa. Para finalizar a arte basta passar uma pincelada de cola branca, o resultado é um caderno novinho e personalizado. As agendas antigas também podem ser aproveitadas como bloquinhos de anotações.
     Os livros podem ser comprados de alunos mais velhos ou em sebos. Uma dica é encapar para garantir que esteja em bom estado no outro ano para que seja útil a um próximo aluno. Essa opção significa economia de dinheiro e evita que mais árvores sejam cortadas para a produção de novos livros, além de fazer circular um material que ficaria parado e sem uso.
Na compra de novos produtos é importante atentar e optar pelos que têm menos embalagens. Produtos ecológicos, como cadernos com folhas recicladas ou aqueles que utilizam o plástico de embalagens longa vida para fabricação de capas, embalagens e pastas; canetas biodegradáveis fabricadas de PLA, obtidas a partir da fermentação do amido de milho já estão no mercado. Os lápis feitos de madeira de reflorestamento e certificada se decompõem na natureza em 13 anos e gasta 100 vezes menos energia que os lápis comuns, feitos em resina. Além disso, a árvore é aproveitada em sua totalidade na fabricação. Pequenos resíduos como galhos e folhas são aproveitados como adubo, a serragem é usada na geração de energia e a cinza é reaproveitada por indústrias na composição do cimento.
      Existem no mercado linhas de produtos feitos com embalagens recicladas como lápis, canetas, corretivos, etiquetas, papéis para notas e cola ou são feitos com fluidos à base de água. Com exceção dos corretivos líquidos, os itens são constituídos de pelo menos 50% de material reciclado. É interessante também optar por produtos não tóxicos e laváveis.
Por Fernanda D'Addezio -  Redação CicloVivo

Mais alguma dica? 

Oito maneiras de mudar o mundo


         O processo de Globalização evidenciou uma grande desigualdade socioeconômica, que se manifesta de diferentes maneiras. Isso acontece porque desiguais são os acessos ao capital, aos recursos naturais, à tecnologia, à educação de qualidade, à água potável, aos serviços de saúde e ao saneamento básico. 
         Para atenuar essas diferenças e melhorar a vida das pessoas no século XXI, a ONU (Organização das Nações Unidas) publicou em 2000 oito maneiras que podemos auxiliar para melhorar o mundo. 
        Estas metas devem assegurar a redução da pobreza extrema e o desenvolvimento sustentável em países não desenvolvidos até 2015. 




O desempenho brasileiro nas metas da Declaração do Milênio da ONU
O país e mais 188 nações assinaram, em setembro de 2000, a Declaração do Milênio, prometendo cumprir oito objetivos lançados pela Organização das Nações Unidas (ONU). O contrato termina no final deste ano, mas já é possível constatar que o país alcançou parte das metas — como no combate à fome e na redução da mortalidade infantil. No entanto, ficou a dever em outras cláusulas, pois a educação continua deficiente. Também foi abaixo da expectativa na diminuição das mortes de mães durante os partos. Entidades analisam o desempenho brasileiro e, inclusive, colocam em dúvida parte dos resultados. Houve avanços, é certo, mas não a ponto de solucionar os problemas.

  1)    Combater a fome e a miséria


A META: reduzir pela metade a proporção de pessoas com fome. É considerado extremamente pobre quem recebe menos de US$ 1 (R$ 2,6) por dia.

CUMPRIU
Brasil: foi além da meta e reduziu o contingente de famintos de 25,5% (1990) para 3,5% (2012).
Mundo: a população miserável diminuiu de 47% para 22%, mas continua alta. Mais de 1,2 bilhão de pessoas seguem na penúria (165 milhões são crianças desnutridas).

A Organização das Nações Unidas (ONU) elogia o empenho do Brasil no combate à fome. O objetivo do milênio era diminuir a extrema pobreza pela metade, nos últimos 25 anos, mas o país foi além: alimentou seis a cada sete famintos. Em 2012, restavam 3,5% de miseráveis — número ainda expressivo, mas pequeno diante do que havia em 1990.

O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), do legendário Herbert de Souza, o Betinho, um dos precursores na luta contra a fome, confirma que o país ultrapassou as metas — segundo os critérios do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Francisco Menezes, consultor do Ibase, diz que a redução da pobreza é resultado de um conjunto de ações, de governos e da sociedade:
— O Ibase reconhece os avanços com as políticas sociais aplicadas nos últimos anos.
Entre as medidas, foram eficazes os programas de aquisição de alimentos da agricultura familiar e o plano nacional de nutrição nas escolas. O Ibase diz que o Bolsa Família proporcionou transferência de renda aos pobres, que aproveitaram para ir ao supermercado.
Feito o reconhecimento, o Ibase observa que, a partir de agora, será necessário diminuir a desigualdade entre classes. Menezes lembra que a fase é de estagnação econômica, não mais será possível que todos continuem beneficiados. A entidade faz outro alerta.
Na medida em que os índices de pobreza caem, o processo de redução fica mais lento. As pessoas que não foram contempladas, em função de sua própria fraqueza, tendem a continuar em dificuldades.
— É preciso atenção especial sobre os mais vulneráveis, como os povos indígenas e outras populações tradicionais — diz Menezes.

2) Atingir o ensino básico universal


A META: garantir que todas as crianças terminem o ciclo completo do Ensino Básico.

NÃO CUMPRIU
Brasil: o percentual de jovens entre 15 e 24 anos com pelo menos seis anos de estudo passou de 59,9% (1990) para 84% (2012). Mas o contingente dos que não concluem os ensinos Fundamental e Médio continua preocupante.
Mundo: não conseguiu universalizar a educação primária devido à lentidão da expansão do ensino.

A situação do ensino brasileiro pode ser comparada a um filme. No conjunto da obra, constata-se méritos em acesso à escola, maior tempo de aprendizado e menos repetência. No entanto, se o olhar se detiver sobre a fotografia, a imagem é precária. Um exemplo: apenas 9% dos alunos que concluem o Ensino Médio assimilam o que é ideal em matemática.
Quem costuma analisar a educação como se fosse uma película é o diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos. Ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFP), ele elogia a expansão da rede de ensino, mas critica a qualidade das escolas.
— Se o filme melhorou, a fotografia é ruim — define.
O que incomoda Mozart, que presidiu o movimento Todos Pela Educação (TPE), é o baixo desempenho. De cada 100 alunos que terminam o Ensino Médio, apenas 27 aprendem o esperado em língua portuguesa.
Mais de 8% abandonam a escola antes de terminar o curso. O analfabetismo ainda priva 8,5% dos brasileiros — são 4,4% de gaúchos _ do direito básico de ler e escrever. Professores desmotivados e escolas sem atrativos completam esse quadro.
— A solução é reformar o currículo e melhorar a formação dos professores. Todos sabem. Mas não fazem nada — lamenta.
O TPE projeta que somente em 2022 os estudantes de oito anos estarão plenamente aptos em leitura, escrita e matemática. Em 2011, na última aferição, o nível de aptidão era de 56,1% (leitura), 53,3% (escrita) e 42,8% (matemática).

3) Igualdade entre sexos e autonomia da mulher




A META: eliminar a disparidade entre homens e mulheres na educação e no trabalho.
CUMPRIU PARCIALMENTE.
Brasil: considerando dados demográficos, a disparidade diminuiu. Em 1990, havia 136 mulheres para cada 100 homens no Ensino Médio. Em 2012, havia 125 para 100.

Mundo: ficou próximo da meta,  mas persistiram as  desigualdades.
A vontade da ONU é de que haja igualdade, em números, na participação de homens e mulheres na educação e no trabalho. O objetivo é um desafio para países onde os direitos femininos são desprezados. Não é bem o caso do Brasil. Aqui, é de difícil equação igualar o acesso dos dois sexos à escola e ao emprego, porque existem 100 mulheres para cada 95,9 homens. Pelo último censo demográfico, elas excedem o pelotão masculino em 3,9 milhões de pessoas.
Em 1990, no Ensino Médio, havia 136 mulheres para cada 100 homens. Em 2012, a proporção baixou de 125 para 100. O motivo da leve alteração é que aumentou o ingresso de meninos no Ensino Fundamental, o que repercutiu no Ensino Médio.
Para além da demografia nacional, há um fator que colabora para que o Brasil tenha um cenário mais positivo às mulheres. A coordenadora do Coletivo Feminino Plural, Telia Negrão, diz que o país conseguiu diminuir — não no patamar ideal — o contingente de adolescentes mães. Em outros países, meninas de 13 a 14 anos já são donas de casa e estão impedidas de estudar.
— Há um processo de socialização das mulheres — observa.
No mercado de trabalho, elas preenchem 59,5% dos empregos que exige um diploma superior. São maioria entre os profissionais com os maiores salários.

Há muitos exemplos de mulheres que se destacaram na política, na ciência, nos negócios, como líderes comunitárias, religiosas e ativistas em defesa de várias causas.

- Pesquise 1 exemplo de mulher que se destacou num destes segmentos e apresente para a turma. 

4) Reduzir a mortalidade na infância




A META: reduzir em 2/3 a mortalidade de crianças menores de cinco anos.
CUMPRIU
Brasil: alcançou a meta com certa folga e antes do prazo. A taxa de mortalidade infantil caiu de 62 (1990) para 14 em cada mil nascidos vivos (2012).

Mundo: não cumpriu a meta. Entre 1990 e 2012, o índice passou de 90 para 48 mortes por mil nascidos vivos, abaixo do esperado. Só em 2012, 6,6 milhões de crianças morreram por doenças que seriam evitáveis.
O Brasil conseguiu reduzir o índice de mortalidade infantil em 66,6%, nos últimos 25 anos. A conquista é chancelada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e tem o aval de entidades como a Pastoral da Criança, que atua em mais de 4 mil municípios do país. Mas há muito por fazer, especialmente nas regiões Norte e Nordeste e nas favelas do Sul.
Em 1990, a taxa era de 62 bebês mortos a cada mil nascimentos. Na última medição, em 2012, o índice recuou para 14, em um decréscimo de 77%. Superou com folga o objetivo proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU).
— Proporcionalmente, o Brasil é um dos países que mais reduziram a mortalidade infantil no mundo — destaca Clovis Boufleur, gestor de Relações Institucionais da Pastoral da Criança.
Boufleur lembra que a economia brasileira cresceu, o abismo entre ricos e pobres foi atenuado (embora continue abissal), aumentou a escolaridade das mães e os nascimentos ficaram mais espaçados. Acrescenta que a comunidade se mobilizou e se multiplicaram grupos de voluntários.
A Pastoral da Criança é um dos exemplos _ e responsável pelos indicadores de hoje. Criada há 31 anos por Zilda Arns e o bispo católico Geraldo Majella Agnelo, tem mais de 200 mil voluntários, em todos os Estados, que visitam mensalmente casas onde há crianças. No Rio Grande do Sul, 231 municípios são beneficiados. Nas áreas cobertas, a taxa de mortalidade infantil é de 8,3 a cada grupo de mil nascidos.
— Nossa prioridade são os lugares mais pobres — diz o gestor.
Boufleur alerta que existem focos de pobreza em pelo menos 200 municípios do Norte e Nordeste e nas favelas metropolitanas do Sul. A corrupção também preocupa: o desvio de recursos impacta no atendimento às famílias e nas crianças.

5) Melhorar a saúde materna



A META: reduzir em 75% a taxa de mortalidade das gestantes. 

CUMPRIU PARCIALMENTE

Brasil: de 1990 a 2011, a taxa diminuiu 55% (de 141 para 64 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos). Falta avançar.

Mundo: não alcançou. Nos países em desenvolvimento, a mortalidade materna diminuiu apenas 45%.
O maior desafio brasileiro, entre os oito objetivos do milênio, talvez seja o de ampliar a proteção às mães durante a gestação e o parto. É certo que a taxa de mortalidade materna diminuiu 55% nos últimos 25 anos, mas ainda está distante do mínimo aceitável. A cada 100 mil nascimentos, 64 mulheres não sobrevivem.
O Brasil superou outros países da América Latina nos esforços para reduzir a mortalidade de mães. Melhorou a estrutura de atendimento — agora 99% dos partos são realizados em hospitais. Cerca de 90% das gestantes fizeram pelo menos quatro consultas de pré-natal. No entanto, o gestor de Relações Institucionais da Pastoral da Criança, Clovis Boufleur, avisa que os serviços de pré-natal, parto e pós-parto ainda são precários em determinadas regiões.
— É preciso melhorar os cuidados durante os nove meses de gestação e nos dois primeiros anos de vida do bebê — recomenda Boufleur.
Houve avanços e retrocessos na saúde da gestante. O próprio Brasil se impôs um objetivo à parte, além dos traçados pela ONU, que é diminuir a mortalidade por câncer de mama e de colo de útero até o final deste ano. A meta para os tumores de colo de útero foi alcançada, mas a relacionada ao câncer de mama não.
Uma distorção que está sendo enfrentada é a do excesso de cesarianas. No Brasil, 56% dos partos são por cesárea — quase o dobro da média registrada nos Estados Unidos e o triplo do que ocorre na França. O Ministério da Saúde alerta que o procedimento, quando não é indicado por um médico, aumenta em até 120 vezes o risco de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o perigo de morte da mãe.


6) Combater a aids, a malária e outras doenças




A META: deter a propagação do HIV/aids e começar a inverter a tendência atual de contágio.

CUMPRIU PARCIALMENTE
Brasil: a taxa de detecção de HIV/aids se estabilizou na última década, ficando em torno de 20 para cada  100 mil habitantes diagnosticados por ano.  O coeficiente de mortalidade também diminuiu.
Mundo: não alcançou a meta de universalizar o tratamento de pacientes com HIV/aids. Em 2011, nos países em desenvolvimento, apenas 55% das pessoas infectadas dispunham de atendimento.
As mortes decorrentes da aids diminuíram a partir de 1990, estacionando no índice de 20 para cada cem mil pessoas diagnosticadas com a doença, o que significa que o Brasil cumpriu parcialmente a meta traçada pela ONU. Esta é a percepção oficial. Para as entidades que lidam com a epidemia, o país retrocedeu nos últimos anos.
A coordenadora do Grupo de Apoio à Prevenção da Aids no Rio Grande do Sul (Gapa), Carla Almeida, critica a atual postura das autoridades. Diz que o vírus HIV passou a ser tratado somente do ponto de vista médico, sendo esquecidas as garantias aos direitos humanos. Ela aponta a vulnerabilidade das pessoas infectadas.
— Não se consegue enfrentar a discriminação, principalmente no mercado de trabalho — reclama.
Lançado em 1989, na década de surgimento da aids no país, o Gapa acompanhou os diferentes estilos dos governos. Carla lembra que o Brasil, em 2000, virou referência internacional por reduzir as mortes e o número de contaminados, graças a um programa que combinava diagnóstico, acesso à medicação e respeito. Agora, as ações governamentais se limitam a testar e tratar, sem cuidar dos reflexos.
— A epidemia perdeu visibilidade. Mas ela não é um assunto meramente biomédico, porque causa discriminação e preconceito — diz.
Há discordância sobre o suposto controle da doença. O Gapa ressalta que os índices estagnaram, mas em "patamares elevadíssimos". O Estado lidera o ranking nacional há oito ano, com 41,3 novos casos por cem mil habitantes.  


7) Garantir a sustentabilidade ambiental



A META: praticar o desenvolvimento sustentável e reverter a perda de recursos ambientais.

CUMPRIU PARCIALMENTE
Brasil: reduziu as taxas de desmatamento nos biomas. A população urbana em moradia precária caiu de 53,3% (1992) para 36,6% (2012).

Mundo: melhorou, mas não cumpriu. A população sem acesso a água potável foi de 24% para 11%, entre 1990 e 2010, abaixo do necessário.
O país teria reduzido a taxa de desmatamento das florestas, principalmente na Amazônia? Pelo relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), sim, o Brasil conseguiu chegar à meta. Já as entidades ambientalistas alertam que a devastação prossegue acelerada, pondo em risco a biodiversidade, os animais selvagens e os povos indígenas da região.

Desde 1999 com bases na Amazônia, o Greenpeace adverte que "o ritmo de destruição segue par a par com a grandiosidade" da maior floresta do planeta. Entre 1550 e 1970, o desmatamento não passava de 1%. Nos últimos 40 anos, foram arrasados 18% da Amazônia brasileira. É uma área equivalente à soma dos territórios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

O Greenpeace duvida da sinceridade de propósitos do governo. Lembra que foi concedida uma anistia a quem desmatou ilegalmente, após pressão da bancada ruralista no Congresso Nacional. A medida enfraqueceu a fiscalização, permitindo a expansão da agropecuária na Amazônia. Florestas foram derrubadas para a plantação de soja e a criação de gado em pastagens artificiais.

"As taxas anuais de desmatamento na Amazônia brasileira, que haviam caído nos últimos anos, aumentaram 28% entre agosto de 2012 e julho de 2013" diz o informe do Greenpeace.

Outros biomas, como o pampa e o cerrado, também estão minguando com o avanço das lavouras. Para o Greenpeace, o agronegócio está se sobrepondo à agenda ambiental nos últimos governos.

8) Juntos pelo desenvolvimento



A META: promover ações voluntárias na comunidade.
CUMPRIU
Brasil: mais pessoas se doaram a trabalhos voluntários, enquanto a diplomacia brasileira colaborou no cenário internacional.
Mundo: diminuiu a cooperação dos países ricos com as nações em desenvolvimento. A queda de recursos foi de 0,3 pontos percentuais, entre 2010 e 2012. Brasil e Turquia estão entre os mais cooperativos.
Encontrar pessoas que ajudem o próximo de forma desinteressada, não deixando só para o Estado as tarefas sociais, permanece na agenda de urgências do Brasil. Não existem estatísticas, mas o consenso é de que o número de voluntários aumentou nos últimos 25 anos, e tem potencial para crescer.
A presidente da ONG Parceiros Voluntários, Maria Elena Johannpeter, lembra que era como semear no deserto propor ações de maior responsabilidade social, duas décadas atrás. A situação foi mudando. Empresários perceberam que participar de projetos comunitários é saudável aos negócios.
— As empresas criaram institutos ou fundações, passaram a incentivar o voluntariado empresarial — destaca Maria Elena.
Há 10 anos, a Parceiros Voluntários começou a atuar com alunos de escolas públicas e privadas, desde o infantil até o Ensino Médio, estimulando atitudes solidárias e de cidadania. Maria Elena diz que os resultados já são perceptíveis. E aposta que as crianças e os jovens multiplicarão a rede de voluntários no futuro próximo.

A projeção é promissora, porque a responsabilidade social estará bem aflorada — prevê a presidente da entidade.

Por Nilson Mariano
FONTE: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/01/o-desempenho-brasileiro-nas-metas-da-declaracao-do-milenio-da-onu-4678531.html

Como está a situação de sua cidade? Descubra no endereço www.portalodm.com.br

Formem grupos e respondam as perguntas abaixo: 

a- Você concorda que essas atitudes realmente melhorariam o mundo?
b- O que você faz para que elas realmente aconteçam?
c- Crie em um cartaz 1 maneira para melhorar o mundo, ilustre, apresente para a turma.


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

África


        A África foi sinônimo durante décadas de guerra, genocídio, corrupção, fome e extrema pobreza. Esta imagem está mudando graças a uma sequência de bons dados econômicos. Muitos países africanos se encontram diante de uma nova encruzilhada marcada por uma disjuntiva: repetição do fracasso ou salto para a frente. A China e as potências ocidentais procurarão tirar o máximo proveito dos recursos naturais do continente.
O artigo é de Marcelo Justo, direto de Londres

                                                        Foto: Common Dreams 

         A África foi sinônimo durante décadas de guerra, genocídio, corrupção, fome e extrema pobreza, um continente de extraordinária beleza natural abandonado por Deus. Esta imagem está mudando graças a uma sequência de bons dados econômicos. Segundo a revista especializada britânica The Economist, seis dos países com maior crescimento do mundo nos últimos dez anos foram africanos. A empresa de consultoria estadunidense McKinsey aponta para a mesma direção com uma medição diferente. Neste século XXI, o Produto Interno Bruto (PIB) da África cresceu o dobro que nas décadas perdidas de 80 e 90. 
        A bonança estratégica é a chave destes índices de crescimento econômico em um momento em que o mundo desenvolvido segue lutando com a austeridade e o sobre endividamento. Graças a este boom, a segunda economia do leste do continente, a Tanzânia, crescerá 7% este ano e o próximo, enquanto que duas de suas nações mais pobres e atribuladas, Serra Leoa e Gana, deverão apresentar índices de 14 e 7,8%, respectivamente. Moçambique, Etiópia, Uganda, Quênia, Serra Leoa e Somália são outros países tocados pela varinha mágica do petróleo e do gás que beneficiou antes Nigéria e Angola. 

       Deus finalmente despertou para a África? O subdiretor da revista especializada “África Confidencial”, Andrew Weir, encontra-se entre os céticos com boa memória histórica. “O tema é que a África já viveu esse fenômeno. A pergunta chave é a quem ele beneficia e de que modo contribui para o desenvolvimento. Está muito claro que a China, as companhias energéticas e o setor financeiro estão vivendo grandes oportunidades. A questão é se isso vai beneficiar os africanos”, disse Weir à Carta Maior. 

O lado obscuro da história
      O século XIX foi marcado pelas disputas colonialistas entre potências ocidentais e a superexploração tão esplendidamente retratada por Joseph Conrad em seu “Coração das Trevas”. O longo caminho da independência que começou depois da Segunda Guerra Mundial gerou enormes expectativas que se desfizeram em meio a divisões étnicas, lutas de poder e uma corrupção galopante. Os cinco bilhões de dólares que acabaram nas contas suíças do ditador do Zaire, Mobutu Sese Seko, a paranoia desatada por Idi Amin em Uganda, a fome no Sudão e o genocídio em Ruanda simbolizaram entre os anos 60 e os 90 o destino do continente. 

             Hoje a China é a nova estrela no firmamento das superpotências e multinacionais que disputam entre si os recursos do continente. Em 1999, o comércio China-África era de seis bilhões de dólares. Uma década mais tarde já superava a casa dos 90 bilhões de dólares. Hoje a China é o principal sócio comercial do continente. Em uma cúpula em Pequim realizada no ano passado com 50 chefes de estado da África, o presidente Hu Jintao prometeu créditos de 20 bilhões de dólares para o investimento em infraestrutura e “desenvolvimento sustentável”. 

          A estratégia chinesa aponta para um desenvolvimento da infraestrutura básica – estradas, portos, etc. – que facilite o acesso aos produtos primários do continente de que necessita sua indústria. Seus investimentos na Zâmbia, que tem grandes reservas de cobre e carvão, constituem cerca de 20% do PIB desse país e 75% de suas exportações. Cerca de 20% do algodão de que precisa sua indústria têxtil chega de Mali, Benin e Burkina Fasso. Uma terça parte do petróleo importado pelo gigante asiático vem da África e, sobretudo, de Angola. E é precisamente esse setor energético, chave do suposto “renascimento” africano, o grande eixo da polêmica. 

A maldição do ouro negro 
         O exemplo da Nigéria é o que melhor ilustra as oportunidades e perigos da atual etapa. Maior produtor de petróleo da África, a Nigéria sobre o que muitos chamam de “maldição do ouro negro” ou “doença holandesa”. Nestas duas “sintomatologias”, a posse de um recurso invejável termina sendo uma obscura maldição que condena uma nação ao atraso, à pobreza e à corrupção. 

          As ONGs calculam que, na última década, cerca de 29 bilhões de dólares se perderam na Nigéria em um obscuro labirinto de bolsos oficiais e de prebendas das multinacionais. Este labirinto significa não só uma perda de riqueza em termos de arrecadação de impostos e investimento em desenvolvimento – infraestrutura, educação, etc. -, como também a aparição e consolidação de núcleos de poder e práticas institucionais que são muito difíceis de desfazer. 

           A outra cara desta maldição é a chamada “doença holandesa”, um termo cunhado em 1997 pela The Economist para descrever a decadência do setor manufatureiro na Holanda após o descobrimento de uma importante jazida de gás em 1959. Os sintomas dessa enfermidade aparecem a partir do fluxo de investimentos que são atraídos pelo petróleo e gás e a inevitável valorização da moeda local gerada por eles. Essa valorização torna pouco competitiva o resto da economia, afoga a indústria nacional e gera processos inflacionários. 

          “A isso se soma o fato de que os países vendem o recurso bruto em vez de desenvolver produtos com valor agregado. A Nigéria não tem uma refinaria de petróleo porque há uma elite que faz dinheiro importando e distribuindo os produtos petroleiros que chegam do exterior. E isso não ocorre só no campo da energia. O cacau poderia ser exportado como chocolate, mas isso não ocorre pela teia de interesses que se interpõe no caminho”, assinalou Weir. 

A encruzilhada
            Existem alguns sinais que apontam para esta direção. Nos últimos anos, Botswana se converteu em um dos poucos países africanos que conseguiu dar o salto da exploração de um produto primário – diamantes – para um com valor agregado – gemas -, multiplicando o emprego e a riqueza nacional. Com um olho posto neste exemplo e outro no modelo da Noruega, um país que converteu a riqueza petroleira em uma fonte de desenvolvimento por meio da criação de um Fundo Soberano, Gana, Moçambique e Tanzânia criaram fundos especiais autônomos para administrar a riqueza energética e utilizá-la para o desenvolvimento econômico-social. 

          Nas eleições de dezembro em Gana, que deram a vitória ao atual presidente John Dramani Mahama, o eixo da campanha foi o investimento dos recursos energéticos. Segundo apontou ao Financial Times, o professor de política da Universidade de Gana, Emmanuel Gymah-Boadi, a eleição “foi uma batalha encoberta pelo controle do petróleo e do gás”. No papel, as coisas podem funcionar. A lei de investimento do petróleo de Gana estipula que cerca de 30% dos lucros deve fazer parte de um fundo soberano especial para o reinvestimento. Mas o próprio presidente eleito fez um chamamento à vigilância logo após a instauração desse fundo. “Não resta dúvida que mesmo depois de 55 anos de independência somos um país jovem. Como tal tivemos nossa porção de instabilidade e dificuldades”, disse Mahama.

            O século XXI não tem que ser necessariamente o XIX. Neste sentido muitos países africanos se encontram diante de uma nova encruzilhada marcada por uma disjuntiva de ferro: repetição do fracasso ou salto para a frente, Nigéria ou Noruega. A China e as potências ocidentais procurarão tirar o máximo proveito dos recursos naturais do continente. Da conduta que será adotada pelos dirigentes africanos e da vigilância por parte da sociedade civil dependerá que a África volte a ser uma região de guerras e fome ou então que se converta em um polo de crescimento mundial.

Tradução: Marco Aurélio Weissheimer







segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Zona de livre-comércio: EUA e UE


Zona de livre-comércio entre EUA e UE pode redefinir comércio mundial


          As duas maiores potências econômicas do mundo, a União Europeia e os Estados Unidos, iniciam conversas para se unir numa zona de livre comércio em breve. Porém, os obstáculos são gigantescos, já que as metas de ambos são ambiciosas.
Economistas, políticos e empresários aclamam unanimemente a ideia de que uma zona livre iria impulsionar o crescimento dos dois lados do Oceano Atlântico. E asseguraria que, num futuro próximo, as regras do jogo na economia sejam ditadas pelo Ocidente, e não pela China.
          O tratado representaria a consolidação dos maiores mercados do mundo e seria uma resposta eficaz à ameaça de hegemonia chinesa
Os dados econômicos confirmam: um tratado amplo de livre comércio seria, de fato, o que se denomina um game changer, ou seja, ele redistribuiria as cartas no pôquer do comércio mundial. Pois os negócios entre a UE e os EUA representam a maior parceria econômica bilateral do mundo, envolvendo um intercâmbio de bens em serviços num valor superior a 1,8 bilhão de euros. Juntas, as duas potências, somando 800 milhões de habitantes, controlam metade da oferta de serviços em todo o mundo e cerca de um terço do fluxo global de mercadorias.
        Boas perspectivas segundo estimativas da UE, um tratado amplo de livre comércio com os Estados Unidos aumentaria o Produto Interno Bruto europeu em 0,5%, ou 65,7 bilhões de euros por ano; e os ganhos para os norte-americanos seriam comparáveis. Além disso, devido às proporções dos mercados envolvidos, uma unificação transatlântica dos padrões industriais e dos procedimentos de licenciamento transformariam essas normas, de fato, em padrões mundiais, com especial vantagem para a forte indústria europeia.
Acordo de livre comércio UE-EUA seria a chance de fazer frente ao avanço comercial da China.
          A proposta de uma zona transatlântica de livre comércio conta com grande apoio dentro da UE.        A chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, já se manifestaram a favor do projeto. E tanto o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, quanto o chefe de Estado norte-americano, Barack Obama, são, em princípio, favoráveis desde meados de 2012, quando um grupo de trabalho euro-americano divulgou um relatório parcial positivo sobre as oportunidades de um convênio.


          O relatório final desse grupo transatlântico deverá ser conhecido nos próximos dias, e espera-se que contenha a recomendação para o início das negociações. No entanto, ainda assim, é totalmente incerto que essa zona de livre comércio venha a se tornar realidade.
          Harmonização de normas: um problema “Um tratado amplo de livre comércio iria mais longe do que todos os acordos comerciais que firmamos até agora. Será que chegaremos lá? Não será fácil, mas as perspectivas são boas”, declarou em dezembro último o comissário da UE para o Comércio, Karel de Gucht.
       De fato, em comparação, não passam de bagatelas tanto o recente tratado comercial entre a UE e Cingapura, quanto o acordo com o Canadá, prestes a ser concluído, os tratados anterior com a Coreia do Sul ou o México.
       Daniel Gros, Direktor do Centre for European Policy Studies, sediado em Bruxelas, é inteiramente a favor de um convênio com os EUA. “Só não creio que a vontade política seja forte bastante para superar todas as resistências”, pondera.
No caso de um acordo em grande escala, a diminuição das barreiras alfandegárias transatlânticas, já bastante reduzidas, nem seria o principal problema. Tampouco é intransponível a questão da agricultura – um setor econômico tradicionalmente sensível, de ambos os lados do Atlântico, por ser fortemente regulamentado pelo Estado.
   “O grande problema é a independência dos diferentes órgãos reguladores”, afirma Gros, mencionando, como exemplo, a Food and Drug Administration (FDA), responsável nos EUA pela regulamentação de medicamentos. “Este é um tema muito delicado. O órgão norte-americano será capaz de simplesmente aceitar uma certificação europeia e vice-versa?”
        Engenharia genética e produtos financeiros. O mesmo vale para o licenciamento e regulamentação de numerosas mercadorias e serviços. Por exemplo: a UE exige a identificação de alimentos transgênicos, enquanto os EUA, não. Também teriam que ser considerados serviços complexos e até então sujeitos a regulamentos diversos, como seguros e produtos financeiros. Alimentos transgênicos esbarram em forte resistência na União Europeia.


      “Acho pouco realista esperar que um tratado de livre comércio que possa harmonizar todas essas normas”, comenta Charles Ries, vice-presidente da Rand Corporation, de Washington. Ele é a favor de uma versão menor: “Eu visaria um tratado de livre comércio que eliminasse todas as taxas alfandegárias e quotas entre os Estados Unidos e a Europa”. Ries participou das negociações do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla original), entre o seu país, o México e o Canadá.
      No entanto, os EUA e a UE pretendem jogar a grande cartada. “Na verdade, as tarifas alfandegárias não pesam tanto assim no comércio transatlântico”, assegura John Clancy, porta-voz do comissário europeu do Comércio, Gucht. “Os grandes obstáculos são as diferentes normas de licenciamento e padrões. Por isso, não queremos apenas acabar com as taxas, mas sobretudo visar uma harmonização dessas normas.”
      Trauma de Doha Observadores especializados estão céticos de que o plano possa ter sucesso. Eles lembram que há anos a visão do livre comércio transatlântico paira sobre os debates políticos em Washington e Bruxelas, sem nunca se tornar realidade.
       Por muito tempo, os EUA também estiveram extremamente reticentes em apoiar esse megaprojeto. Após anos de negociações – por fim fracassadas – em torno de um tratado mundial de livre comércio, o assim chamado Acordo de Doha, o país não estava disposto a novamente se empenhar em conversações intermináveis e sem perspectivas.
       Assim, para sondar o grau de seriedade dos europeus, a administração Obama exigiu um sinal bem claro do Bruxelas. E este veio: na segunda-feira (04/02), a UE anunciou que a partir de 25 de fevereiro estará permitida a importação de porcos vivos e de carne de vaca tratada com ácido lático, originários dos Estados Unidos.
       Porém, mesmo que a UE e os EUA iniciem as negociações oficiais nos próximos meses, o sucesso está longe de ser garantido. Pois os negociadores de Washington e da Comissão Europeia não agem com autonomia absoluta. Sem o aval final do Congresso norte-americano e do Parlamento Europeu, não há acordo. E outros parceiros terão que participar das negociações, pelo menos em caráter informal: tanto a Turquia – estreitamente associada à UE através de um acordo alfandegário – quanto o México e o Canadá – ligados aos EUA através do Nafta.
      Cronograma rigoroso deste modo, Estados Unidos e analistas reivindicam negociações ágeis, dentro de um cronograma bem definido. Segundo os analistas, um ano após o início das conversações, deverá se alcançar um consenso básico, e no prazo de dois a três anos, o tratado deverá estar fechado.
    No entanto, os riscos políticos de uma zona transatlântica de livre comércio continuam sendo difíceis de calcular, na opinião de Daniel Gros. “Quando se inicia um grande projeto ele não é levado até o fim, talvez a situação para os participantes fique pior do que se nem o tivessem começado.”
Fonte: Carta Capital

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Colonização e Descolonização


Com base no vídeo abaixo, faça uma análise crítica sobre o processo de colonização e descolonização.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Urânio: Interesse da França na África


Urânio: O nome do interesse da França na África


Há um mês, o presidente socialista repete que a França não tem interesses no Mali. A principal riqueza deste país da África é o ouro, que representa mais de 70% de suas exportações. No entanto, a França tem sim interesses muito perto do Mali, a saber, em Níger, quarto produtor mundial de urânio. Cerca de 75% da energia que se consome na França é de origem nuclear. E 30% do urânio que o país consome vêm do Níger.
Em uma entrevista publicada pelo diário gratuito Metro, o chefe da diplomacia francesa declarou que “a França não tem  por vocação ficar permanentemente no Mali. (...) São os africanos e a população do Mali que devem ser os garantidores da segurança, da integridade territorial e da soberania do país”.

O cenário mais plausível indica que a França conserve forças no Mali, enquanto se completa o deslocamento da Misma, a missão militar africana composta por 6 mil soldados, 2 mil dos quais já estão operando no terreno. No entanto, mesmo assim a aposta de “garantir a segurança e a integridade territorial” parece inalcançável. Em primeiro lugar, o exército do Mali encontra-se em um estado de ruína absoluta. Sua força aérea conta com apenas três helicópteros fabricados na Ucrânia em condições de voar. 
Fontes militares francesas citadas pelo Le Monde asseguram que menos de 1.500 homens participam na reconquista do território. Um testemunho de um militar do Mali citado pelo mesmo diário reflete o abismo da situação: “há meses”, graças a fotos de satélites, sabíamos que a menos de 15 quilômetros de nossas posições havia uma base da Al Qaeda no Magreb islâmico, mas o poder político não fez nada: preferiu discutir com eles a liberação dos reféns ocidentais e cobrar uma porcentagem dos resgates. Logo depois do golpe de estado de março de 2012, Mali ficou sem presidente e com um sistema político à deriva.

No entanto, a França tem sim interesses muito perto do Mali, a saber, em Níger. Este país, que é o quarto produtor mundial de urânio, já sofreu os ataques dos militantes islâmicos. No final de janeiro, Paris enviou tropas especiais ao Níger para proteger as mias de urânio de Arlit, exploradas pela multinacional nuclear francesa Areva. Há mais de dois anos cinco técnicos franceses foram sequestrados nessa planta por um comando da Al Qaeda. A instabilidade no Mali, com quem Níger compartilha mais de 800 quilômetros de fronteira, é uma ameaça para o fornecimento de urânio que a França precisa para o funcionamento de suas 58 centrais nucleares. Cerca de 75% da energia que se consome na França é de origem nuclear. E 30% do urânio que o país consome vem do Níger, onde, através de Areva, a França explora as duas principais minas: a de Arlit e a de Akokan.

Níger é o quarto produtor mundial de urânio e um dos países mais pobres do mundo: figura no 170º lugar na lista de 192 países elaborada pelas Nações Unidas. Limpando o norte do Mali da presença dos grupos armados islâmicos, Paris põe um cadeado em Níger e protege a exploração de urânio.

A análise é de Eduardo Febbro, em Paris, para a Carta Maior
Tradução: Katarina Peixoto

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Nordeste Brasileiro - HQ



Especialistas discutem sobre a seca do Nordeste e a viabilidade da transposição do Rio São Francisco
O Nordeste sofre a pior seca das últimas décadas:
Cerca de 10 milhões de pessoas estão sendo atingidas, milhares de cabeças de gado já morreram e 1300 cidades (contando as do Nordeste e de Minas Gerais) estão em situação de emergência. A transposição das águas do Rio São Francisco, que deveria ficar pronta agora em 2012, segundo as previsões iniciais, está com menos da metade das obras concluídas. Restam aos sertanejos algumas medidas de ajuda emergencial do governo, como o Bolsa Estiagem, que foi prorrogado por mais dois meses, e a distribuição de milho para alimentar o gado.

Para o coordenador do grupo de Análise Internacional da USP, Ricardo Sennes, “a grande questão não é a seca em si, é como o homem está se preparando para gerenciar esses períodos”. A explicação dele é que as secas fazem parte dos ciclos naturais, não podem ser evitadas. O que pode – e deve – ser feito é pensar em políticas viáveis para preparar a região para estas fases, e de uma forma que não se restrinja à distribuição direta de água: “Parece que dando água resolve o problema daquela população. Não é assim. Não é só um problema de acesso à água. Ele é acesso à água, à tecnologia de produção, a escoamento de produção”, afirma.


O cientista político Carlos Novaes também não vê em obras como a do Rio São Francisco o fim para o problema do Nordeste: “Definitivamente, não é a solução”, garante. No caso específico desta transposição, o cientista político defende que se trata de um erro, em todos os sentidos, e “o principal é que o dinheiro que se prevê gastar na transposição do rio daria para fazer uma série de pequenas obras, espalhadas pelo semiárido”. Ele também vê esta obra como possível desencadeadora para o agravamento de uma desigualdade social: “Ela vai é valorizar áreas de margem que são de grandes fazendas. Ou seja, a transposição do Rio São Francisco é a repetição de um processo de onerar o poder público em função de interesses privados concentrados”. O cientista argumenta que as pessoas mais pobres não terão acesso como o prometido à água.

Fonte: Jornal Cultura



Trabalhos realizados pelos alunos, retratando a indústria da seca, no nordeste brasileiro.
                                        1)

Alunas:  Alice, Estela e Melinda.
     
                                         2)

                                          3)